Um incêndio de grandes proporções, iniciado no último sábado (26), continua devastando uma vasta área de vegetação em Cocal dos Alves, no Norte do Piauí, ainda nesta terça-feira (29). Alimentadas pelos ventos fortes e pela seca intensa na região, as chamas geram uma espessa nuvem de fumaça, visível a quilômetros de distância e alarmando a população local.

Imagens capturam o avanço do fogo por diferentes pontos da vegetação, com labaredas intensas e um céu encoberto por fumaça densa. A destruição ameaça a fauna e flora nativas, já impactadas pela seca, forçando espécies a fugir ou enfrentar o risco de extinção.

O incêndio, que atinge a zona rural próxima à divisa com o Ceará, já se espalhou por várias comunidades, como Olho d’Água dos Bois, Morro Grande, Calango Pintado e Cipoeiro. A situação segue crítica nesta quarta-feira (30).

De acordo com o major Costa e Silva, subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM) de Parnaíba, equipes atuam no combate ao fogo há quatro dias, com o apoio de moradores, brigadistas locais e agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ceará.

“Enviamos diariamente equipes de três a quatro bombeiros. Os moradores relataram que o incêndio veio do Ceará e avançou para o Piauí. Estamos desviando as chamas das áreas residenciais e rurais; até o momento, somente a vegetação foi atingida”, informou o major.

Os bombeiros utilizam uma picape equipada com um kit anti-incêndio, que inclui cerca de 600 litros de água, e também recorrem aos seguintes equipamentos:

• Batedores: instrumentos resistentes ao calor, similares a vassouras, para abafar as chamas;
• Bombas costais: mochilas com água, mangueira e bomba manual;
• Sopradores: que geram vento forte para direcionar o fogo para longe.

Além disso, moradores auxiliam na criação de aceiros — faixas de terra limpa para evitar a propagação das chamas — e orientam os bombeiros sobre as rotas de acesso mais seguras.

O Corpo de Bombeiros deve investigar a causa do incêndio. “Estamos próximos do período de chuvas, e muitas vezes as pessoas limpam terrenos para garantir pastagem nova para o gado, ou realizam queimadas para plantio que acabam descontroladas devido ao vento. Ainda não temos certeza, mas essa é uma possibilidade”, afirmou o major.