A morte trágica de duas crianças em um incêndio comoveu profundamente os moradores do povoado Gogó da Ema, na zona rural de Água Branca. As crianças estavam sozinhas em casa quando as chamas começaram, e ainda não se sabe o que deu início ao fogo. Em poucos minutos, as chamas se alastraram pela pequena casa de um só cômodo onde viviam com a mãe.
As casas vizinhas estavam desocupadas, e os pedidos de socorro só foram ouvidos por moradores que viviam mais afastados. Seu Francisco e Dona Rosa, que moram a cerca de 50 metros da residência das crianças, foram os primeiros a perceber o incêndio e tentaram resgatar os pequenos. Ao chegarem, encontraram a casa em chamas e o portão trancado.
"Não tínhamos como arrebentar o portão. É de ferro, com uma corrente e um cadeado. Só ouvíamos os gritos deles lá dentro, 'me ajuda, me ajuda', e nós respondendo 'se acalmem, vamos encontrar um jeito'", relatou Dona Rosa.
Continua após a publicidadeLinks de Redes Sociais
Outros vizinhos também se juntaram na tentativa de resgate, mas não conseguiram arrombar o portão. A situação piorou quando o telhado da casa desabou.
"De repente, explodiu. Saiu um fogo enorme e o telhado começou a cair. Quando isso aconteceu, não ouvimos mais os gritos. Eles gritaram até o último momento", lamentou Dona Rosa.
Sofia, Samuel e a mãe, Luzinete Ricardo da Silva, moravam na casa havia cerca de nove meses. Além de cuidar dos filhos, Luzinete ajudava o pai, que tem a saúde debilitada. Na noite da tragédia, ela havia trancado as crianças em casa para preparar o jantar do pai. A tragédia ocorreu menos de uma hora após sua saída.
A casa havia sido cedida sem custo por um vizinho, Neto, que afirmou que Luzinete cuidava bem dos filhos e trabalhava como empregada doméstica na região.
"A comunidade está toda sentida. Eu gostava muito deles porque eram muito carentes. Chegavam e abraçavam a gente", lamentou Neto.
Mín. 24° Máx. 33°