O relatório final da investigação sobre o acidente aéreo em que morreu a cantora Marília Mendonça foi recebido com alívio pela família do comandante Geraldo Medeiros, que pilotava o avião. Segundo o advogado e especialista em direito aeronáutico Sérgio Alonso, a família de Geraldo foi vítima perseguição e sofreu represálias nas redes sociais por pessoas que culpavam o piloto pela morte da cantora.
O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa),da Força Aérea Brasileira, divulgado na segunda (15) concluiu que não houve falha mecânica e apontou que o "julgamento do piloto no momento de aproximação da aeronave para o pouso contribuiu para o acidente" que matou a cantora e outras quatro pessoas em Piedade de Caratinga, na Região do Rio Doce, em Minas Gerais, em 5 novembro de 2021.
"Houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada", diz um trecho do relatório sobre o acidente aéreo.
"A Vitória, filha dele, sofreu cyberbullying, pessoas dizendo que ele, Geraldo, teria assassinado a Marília, uma porção de mensagens. Ela foi muito hostilizada nas redes sociais", comentou o advogado.
O comandante Geraldo Martins era natural de Floriano, Sul do Piauí, mas morava em Brasília, no Distrito Federal. Ele deixou a esposa e três filhos.
O argumento do relatório, de que o julgamento de Geraldo teria contribuído para o acidente, se baseia no fato de que ele voava em uma altitude "mais baixa do que deveria". Entretanto, segundo Alonso, o piloto "tentava fazer um pouso mais confortável para os passageiros".
"Ele prolongou um pouco mais a perna de vento por causa da posição do aeroporto, para não ter que fazer um mergulho, que causaria desconforto nos passageiros", comentou.
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