Cerca de 80 mil pessoas estão sem abastecimento regular de água há 28 dias em São Raimundo Nonato e municípios vizinhos. A prefeita da cidade, Carmelita Castro (PP), anunciou nesta segunda-feira (11) que contratou dez caminhões-pipa para abastecer, pelo menos, a zona urbana.
Segundo a Agespisa, empresa responsável pelo fornecimento, o problema aconteceu depois do apagão nacional no dia 15 de agosto, onde três equipamentos sofreram curto-circuito: os motores de dois poços e um recalque, um equipamento usado para transferir água de um ponto para outro mais elevado, e causou ainda diversos vazamentos nas tubulações.
"Água nós temos, os poços de São raimundo Nonato têm água, nas duas adutoras, do Garrincho e Serra Branca. O problema lá é de gestão. Quando tem um problema, que uma bomba queima ou acontece um vazamento, pra consertar é uma dificuldade", afirmou a prefeita.
Além de São Raimundo Nonato, o sistema de adutora do Garrincho atende mais seis cidades e dois povoados: Dirceu Arcoverde, Bonfim do Piauí, São Lourenço do Piauí, São Braz do Piauí, Várzea Branca, Coronel José Dias e os povoados Minador e Baixão dos Santos, em Anísio de Abreu.
Nesta segunda-feira, a Agespisa disse que continua o serviço de reposição das bombas no sistema de adutora Serra Branca, que também fornece água para São Raimundo Nonato. A empresa Informou também que a nesta segunda (11) ocorreu, no sistema do Garrincho, um vazamento na tubulação.
Uma nova decisão da Justiça reduziu o prazo que havia sido dado para a Agência de Águas e Esgotos do Piauí (Agespisa) retomar o abastecimento de água em São Raimundo Nonato: o prazo anterior, de 60 dias, foi reduzido para 10 dias a contar de 5 de setembro.
A Agespisa informou que vai se manifestar sobre a decisão apenas no processo, e que continua trabalhando para reestabelecer o abastecimento de água da cidade.
A decisão assinada pelo juiz Caio Cézar Carvalho ordena que a empresa regularize o fornecimento de água e custeie os serviços de carros-pipa para a população, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. O limite da multa é R$ 100 mil.
"A nova petição e os documentos que a seguem evidenciam, todavia, que a requerida tem atribuído às mais diversas causas a deficiência experimentada pela população e dado prazo para a regularização, sem assumir qualquer responsabilidade ou mesmo cumprir os próprios prazos", escreveu o juiz.
O juiz escreveu que mudou o prazo anterior porque a nova petição, assinada pelo Ministério Público, traz informações novas que demonstram que o serviço é deficiente na cidade há 13 anos.
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