O Partido Verde (PV) emitiu uma declaração nesta quinta-feira (11/04) exigindo a desfiliação dos deputados federais Jadyel Alencar (PI) e Luciano Amaral (AL). A demanda surge após ambos terem votado contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco.
Entre os 10 parlamentares piauienses, apenas Jadyel Alencar (PV) votou contra a manutenção da prisão. O deputado Júlio Arcoverde (PP) absteve-se do voto, enquanto os deputados Átila Lira (PP), Castro Neto (MDB), Merlong Solano (PT), Flávio Nogueira (PT), Dr. Francisco (PT) e Marco Aurélio Sampaio (PSD) votaram a favor. Os votos dos deputados Júlio Cesar (PSD) e Florentino (PT) não foram contabilizados devido à ausência.
Em sua comunicação, o PV declarou que os dois deputados devem deixar o partido imediatamente, sob risco de serem expulsos. Segundo a nota, o partido já obteve 30 assinaturas a favor da expulsão.
O partido afirma ter concedido autorização para a saída dos deputados em fevereiro e março deste ano. "A legenda, por meio dos presidentes estaduais, exige a efetivação da desfiliação de ambos os parlamentares", afirma o comunicado.
Luciano e Jadyel estão entre os 129 deputados federais que votaram contra a manutenção da prisão. O resultado da votação foi de 277 votos favoráveis.
A votação realizada no plenário da Câmara na quarta-feira (10) resultou na manutenção da prisão de Chiquinho, suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão sobre a manutenção da prisão de um deputado federal cabe à Câmara. Chiquinho foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no final de março, com base em uma investigação da Polícia Federal. Eram necessários 257 votos favoráveis, a maioria absoluta da Casa. Houve ainda 28 abstenções, de um total de 434 votantes.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agilizou a votação, reunindo os líderes para solicitar celeridade. Após a leitura do parecer do relator, o advogado de defesa teve a oportunidade de se manifestar, antes de cada deputado registrar seu voto. A pedido do PSOL, houve orientação das lideranças, mas o tempo de fala foi reduzido.
Além disso, o Conselho de Ética abriu um processo de cassação a pedido do PSOL, o qual pode levar pelo menos três meses para ser concluído. Os deputados que defenderam a rejeição da prisão de Brazão afirmaram que ele não seria poupado no processo de cassação.