
Uma decisão do prefeito de Cocal, Cristiano Brito, gerou uma forte crise institucional nesta semana. Por meio do Decreto nº 67, assinado em 9 de dezembro, o gestor determinou a exoneração em massa de ocupantes de cargos comissionados e funções de confiança na administração direta e indireta.
A medida é alvo de críticas devido ao intervalo entre a assinatura e a publicidade oficial: o decreto só foi publicado no Diário Oficial dos Municípios em 15 de dezembro, seis dias após a decisão. Servidores relatam que continuaram trabalhando sem saber que já estavam legalmente desligados.
O ponto de maior tensão envolve relatos sobre a postura do prefeito após o anúncio. Segundo denúncias de trabalhadores, aqueles que permaneceram em cargos essenciais foram avisados de que o pagamento pelo mês trabalhado só ocorrerá em fevereiro.
Testemunhas afirmam que Cristiano Brito teria adotado um tom autoritário ao ser questionado:
“Quem não recebeu ainda esse mês, só em fevereiro. E se estiver achando ruim, é só sair, porque tem muita gente querendo as vagas”, teria dito o prefeito, segundo relatos colhidos pela reportagem.
A situação gerou um clima de insegurança e indignação entre os servidores, que alegam estar sob "humilhação institucional" e sem recursos para arcar com compromissos financeiros básicos.
Em nota oficial enviada à imprensa, a Prefeitura Municipal de Cocal esclareceu que as exonerações fazem parte de um processo de reorganização administrativa focado na eficiência e na economicidade. A gestão destacou que os cargos comissionados são de livre nomeação e exoneração, podendo ser revistos conforme o interesse público.
A nota detalha ainda que o atendimento à população não será prejudicado, uma vez que cargos estratégicos foram mantidos:
Primeiro escalão: O secretariado permanece em pleno exercício.
Setores essenciais: Foram mantidos servidores da Procuradoria Geral, Controladoria, Secretaria de Finanças e Comissão Permanente de Licitação.
Educação e Operação: Diretores escolares e fiscais de contratos seguem em suas funções para garantir a continuidade dos serviços.
A administração municipal reafirmou seu compromisso com a transparência e a responsabilidade administrativa, embora a nota não tenha respondido diretamente às denúncias de falas ofensivas ou ao atraso relatado no pagamento de salários.