A Aegea Saneamento, holding responsável pelos serviços de água em Teresina desde 2017 através da Águas de Teresina, conquistou um novo marco no Piauí ao vencer a concessão estadual de abastecimento de água e esgoto, um contrato de mais de 30 anos, após oferecer um lance de R$ 1 bilhão. No entanto, a vitória da Aegea levanta questionamentos pertinentes sobre a capacidade da empresa em reverter anos de deficiências deixadas pela Agespisa, responsável anterior pelo serviço.
Enquanto o governador Rafael Fonteles celebra o contrato e prevê investimentos de R$ 8,6 bilhões em saneamento, saúde e empregos, a população questiona se essas promessas se materializarão em ações concretas ou se seguirão o mesmo padrão de descaso que já foi relatado em Teresina. Embora a Águas de Teresina, administrada pela Aegea, tenha iniciado a operação com a promessa de modernizar o sistema de água e esgoto, muitos usuários ainda relatam dificuldades no abastecimento, problemas de qualidade e serviços de esgoto deficientes, pontos que não parecem ter sido solucionados ao longo dos seis anos de atuação da empresa na capital.
A proposta de Aegea no leilão incluiu um desconto de apenas 1% na tarifa para os consumidores, o que suscita dúvidas sobre a efetividade das promessas de investimentos de longo prazo. Afinal, o valor do lance será diluído em parcelas anuais de R$ 25 milhões durante duas décadas, o que pode significar uma implementação lenta e desigual das melhorias esperadas.
Ricardo Medicis, representante da Aegea, afirma que a empresa está comprometida em fornecer serviços de qualidade e apoiar o crescimento do Piauí. No entanto, o histórico da empresa em Teresina deixa em aberto se os problemas estruturais do sistema de saneamento serão resolvidos ou se a população de todo o estado continuará enfrentando dificuldades semelhantes às experimentadas pelos moradores da capital.
À medida que o contrato avança, o desafio para a Aegea não será apenas administrar os serviços, mas provar, na prática, que os investimentos prometidos trarão resultados reais para o Piauí. A população segue esperançosa, mas vigilante, exigindo que o governo e a empresa assegurem um futuro onde o direito à água e ao saneamento seja mais que uma promessa no papel.
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