HUT confirma morte de criança envenenada no Piauí; irmão segue internado em estado grave

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) confirmou nesta quarta-feira (28) a morte encefálica de João Miguel Silva, de 7 anos. O protocolo de óbito foi concluído hoje, e a família já foi informada pela unidade de saúde. Seu irmão, Ulisses Gabriel Silva, de 8 anos, continua internado na UTI Pediátrica em estado grave.

João Miguel e Ulisses Gabriel são dois irmãos que foram socorridos inicialmente em um hospital de Parnaíba, por volta das 20h da última quinta-feira (22). Devido à gravidade do estado clínico, ambos precisaram ser transferidos para Teresina. A principal suspeita do crime é uma vizinha, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, que permanece presa preventivamente após uma audiência de custódia.

Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil relataram que Lucélia Maria tinha frequentes desavenças com a vizinhança. Segundo os relatos, animais mortos, aparentemente envenenados, eram encontrados nas proximidades de sua residência.

Defesa da Suspeita e Acusações Mútuas

Durante a audiência de custódia, Lucélia Maria negou as acusações e alegou que a mãe das crianças teria inventado a história devido a desavenças pessoais. A suspeita afirmou que o veneno encontrado em sua casa pertencia ao irmão, que teria pensado em suicídio, mas desistiu, deixando o veneno na residência. Lucélia sustentou que o veneno era destinado apenas para matar ratos e baratas.

"Meu celular, meus documentos e essa coisa (o veneno) foram apreendidos. Eu disse logo a eles que isso não é para matar pessoas. Meu irmão quis se matar envenenado, mas o veneno acabou ficando lá em casa, e ele é só para matar ratos e baratas; o outro é para formigas", declarou Lucélia Maria durante a audiência.

A suspeita também afirmou que foi acusada injustamente por pessoas que não gostam dela, inclusive a mãe das crianças. "Fui acusada por pessoas que não gostam de mim", rebateu quando questionada se havia envenenado os meninos.

A prisão em flagrante de Lucélia foi convertida em preventiva, pois há "indícios suficientes da autoria do delito". Além disso, a suspeita tem histórico de comportamento agressivo, incluindo jogar pedras e água quente em crianças. O segundo irmão, Ulisses Gabriel, permanece em estado grave no HUT.