Quase metade dos candidatos piauienses não recebeu nenhum recurso financeiro

Quase metade dos candidatos piauienses não recebeu nenhum recurso financeiro, seja dos partidos ou de outras fontes, neste primeiro mês de campanha. A informação é da plataforma “72 Horas”, que fez um levantamento com base nos dados das prestações de contas parciais das eleições de 2024. Das 8.964 candidaturas registradas no Piauí, 3.896 – ou 43,4% – não foram contempladas com repasses.

Especialistas apontam que uma das razões para essa desigualdade na distribuição de recursos de campanha é a tendência de privilegiar os "puxadores de votos", em detrimento de candidatos novatos ou com menos visibilidade. Até o momento, as campanhas no estado já movimentaram mais de R$ 76,8 milhões em repasses de todas as fontes autorizadas pela Justiça Eleitoral. Destes, pouco mais de 20% são oriundos de doações de pessoas físicas ou do próprio candidato.

Isso significa que, a cada R$ 5 recebidos pelos candidatos no Piauí, aproximadamente R$ 1 veio de doações individuais, em sua maioria do próprio bolso dos candidatos. Um exemplo claro é o candidato a prefeito de São Miguel do Tapuio, Dr. Erimar (MDB), que depositou R$ 180 mil de recursos próprios em sua campanha, o maior valor entre todos os candidatos piauienses.

Por outro lado, a candidata Rosa, que concorre a uma vaga na Câmara de Vereadores de União pelo União Brasil, foi quem menos investiu em si mesma, com apenas R$ 20. O restante dos recursos em sua campanha, que somam mais de R$ 38,4 mil, vieram de repasses partidários e doações, incluindo quase 10% desse montante do médico Silvio Mendes, candidato à prefeitura de Teresina.

Na capital, os 352 candidatos já receberam, ao todo, R$ 22,2 milhões em repasses. Deste montante, 13% são provenientes de recursos próprios ou doações de pessoas físicas. Entre os candidatos à prefeitura, apenas quatro dos nove fizeram investimentos financeiros em suas próprias campanhas. Fábio Novo (PT) lidera esse grupo, com R$ 27 mil desembolsados, seguido por Telsirio Alencar (PMN), com R$ 20,1 mil, enquanto Silvio Mendes e Tony Kerlly (Novo) contribuíram com R$ 10 mil cada.